sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Ecomuseu de Pacoti: em vista acervo inédito sobre a Serra de Baturité e o Ceará do século XIX.


Você já imaginou ver fotografias da Serra de Baturité produzidas no século XIX?
Projeto de pesquisa em patrimônio cultural de ciência e tecnologia faz parceria com o Ecomuseu de Pacoti para a recuperação de documentos inéditos envolvendo a Serra de Baturité - CE. Manuscritos e fotografias produzidas pelo botânico suíço Jacques Huber que esteve na região em 1897.

Dezembro/2016.

Jovens Exploradores de Pacoti vão refazer os passos de Jacques Huber

O Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST, instituto de pesquisas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação realizou, entre 05 e 08 de dezembro de 2016, o IV Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de Ciência e Tecnologia (IVSPCT), na cidade do Rio de Janeiro - RJ. O evento foi aberto a todos aqueles interessados na preservação, documentação e uso do patrimônio cultural de Ciência e Tecnologia / C&T.

No curso da programação, o projeto "Jovem Explorador e o Ecomuseu de Pacoti" foi apresentado na fala do Prof. Dr. Nelson Sanjad (Museu Goeldi - Pará), participante da Mesa Redonda do dia 08 de dezembro, cujo tema era "Museus e a Preservação do Patrimônio de C&T", juntamente a Marcio Rangel (MAST), Aline Rocha de Souza F. de Castro (Museu da Geodiversidade/UFRJ) e Maria Esther Valente (MAST).

Mesa Redonda "Museus e a Preservação do Patrimônio de C&T"
Foto: Cortesia do Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCTIC.

Tratando de sua pesquisa sobre a vida e a obra do botânico suíço Jacques Huber (1867-1914), Sanjad relatou a vinda do cientista à região da Serra de Baturité, na qual realizou estudos, coletas e registros fotográficos no século XIX. O pesquisador conheceu a proposta do Ecomuseu de Pacoti durante sua participação no Congresso de História da Educação do Ceará (UFC), em setembro de 2016, em Fortaleza - CE.

No final da apresentação, foi apresentado um dos desdobramentos do projeto de pesquisa e documentação em curso no Museu Goeldi, desenvolvido em parceria com o Ecomuseu de Pacoti, sob a orientação do Prof. Levi Jucá. Esse subprojeto tem por finalidade o estudo, acondicionamento, digitalização, transcrição e tradução de documentos relacionados com uma expedição que Jacques Huber realizou ao estado do Ceará em setembro e outubro de 1897. O legado dessa expedição reúne um diário, um caderno de campo, cerca de 50 fotografias, além de uma coleção botânica, atualmente preservada no Museu Goeldi, no Jardim Botânico de Genebra, na Universidade de Montpellier e no Museu Nacional de História Natural de Paris.

Nelson Sanjad
Foto: Cortesia do Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCTIC.

O projeto Jovem Explorador, que concebeu a proposta do Ecomuseu, foi inspirado Imperial Comissão Científica, chefiada pelo botânico Freire Alemão, que veio ao Ceará em 1859. E, por isso, tem por objetivos principais incentivar a iniciação científica de jovens estudantes, assim como divulgar o patrimônio cultural e natural. Assim, é intenção da parceria divulgar esse material por meio de publicações e ações educativas envolvendo Pacoti, Guaramiranga e toda a região serrana e sertaneja, na qual Huber esteve em trabalhos de campo.

Jacques Huber
Saiba mais sobre a pesquisa:

De Basileia a Belém: a carreira transnacional do botânico Jacques Huber (1867-1914)
Por Nelson Sanjad

O botânico suíço Jacques Huber é amplamente reconhecido como pioneiro da pesquisa tropical. Sua obra abrange a taxonomia, biogeografia, ecologia e agronomia. Antes de migrar para Belém, estado do Pará, em 1895, Huber estudou na Basileia (1884-1889) e trabalhou em Montpellier (1889-1893) e Genebra (1893-1895). Em sua pesquisa, ele mudou dos estudos sobre algas e liquens mediterrâneos e alpinos, que desenvolveu na Europa, para plantas amazônicas, especialmente árvores frutíferas, madeireiras e gomíferas - e suas associações. Embora ele tenha mudado seus objetos de investigação devido a demandas políticas, a abordagem teórica de Huber permaneceu a mesma, fortemente ligada à fitogeografia e sociologia vegetal que se desenvolveram na Basileia, Montpellier e Genebra nas últimas décadas do século XIX.

A excepcional produção científica de Huber - incluindo uma extensa obra fotográfica - apresenta, em essência, o primeiro olhar ecológico sobre a floresta amazônica. Isso atraiu a atenção de cientistas de todo o mundo e resultou em uma ampla correspondência c om colegas das Américas, Europa e Ásia sobre a Amazônia, sua biodiversidade, processos ecológicos, economia e representações iconográficas. Nesse sentido, a carreira transnacional de Huber e sua obra multi-dimensional, a qual combina diferentes objetos de investigação, ciência e arte, projetos de pesquisa e desenvolvimento, podem contribuir para a discussão sobre complexos assuntos relacionados com a interface entre ciência local e global, com a circulação e tradução de conhecimentos nativos e científicos, e com a relação entre ciência e política em contextos locais, nacionais e internacionais.

6 comentários:

  1. SOU DO CHALES SITIO BOM RETIRO(WWW.GUARAMIRANGAENCANTO.COM.BR) E GOSTARIA DE EXPOR EM FORMA DE PAINÉIS ESSE ACERVO QUE SERIA INTERESSANTE COMO DIVULGAÇÃO. GRATO ROBERTO HOLANDA ( WHATSAP 8631 1666-OI)

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  2. COMPLETANDO: ONDE FICA O MUSEU ? O ENDEREÇO, NUMERO, ETC GRATO ROBERTO HOLANDA.

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    1. Olá Roberto! Agradecemos seu interesse em apoiar a causa. O Ecomuseu de Pacoti está em fase de implantação no Campus da UECE de Pacoti. O referido acervo de fotografias ainda será liberado para pesquisa e primeiramente será exposto no Ecomuseu. Vamos mantê-lo informado. Atenciosamente,

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    2. MUITO GRATO PELO RETORNO. ESTAREMOS NO AGUARDO

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    3. MUITO GRATO PELO RETORNO. ESTAREMOS NO AGUARDO

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